O setor de transportes foi um dos mais impactados pela pandemia. Embora tenha experimentado um alívio em 2023, o segmento ainda enfrenta desafios para retomar os patamares anteriores à crise sanitária.
O modal rodoviário, por exemplo, teve uma recuperação importante, com o volume de tráfego ultrapassando, no último ano, os níveis pré-pandemia.
A aviação, embora tenha apresentado uma recuperação significativa, ainda sente o impacto do home office e das videoconferências, que influenciaram rotas corporativas como Congonhas-Santos Dumont. Além disso, o valor do combustível, que representa 40% dos custos operacionais no Brasil, ainda é um entrave para as companhias áreas.
Já as empresas de metrô e trens vivenciam uma recuperação gradual, enquanto se adaptam às mudanças nos padrões de comportamento das pessoas, como o trabalho híbrido e as compras online, ambos também impulsionados pela pandemia.
Segundo o nosso sócio consultor da RGF&Associados e especialista em transporte e logística, Eric Derbyshire, o setor passará ainda por outras mudanças que impactam a matriz de transporte nacional, tendo em vista os aumentos das participações das ferrovias no transporte terrestre de longas distâncias e da cabotagem ao longo da costa litorânea do nosso país.
Outros fatores, como o prazo de entrega das mercadorias e a regulamentação da lei dos motoristas (caminhoneiros), também poderão alterar a curva de demanda e oferta entre cada um dos modais.
Para os estados do norte do país, as transformações na matriz de transporte nacional sofrerão ainda mais impactos haja visto o aumento da participação do modal ferroviário e a ampliação da capacidade de armazenagem de grãos nestes estados. Um importante marco na logística do país foi a recente total integração da ferrovia Norte-Sul, ligando os estados do centro-sul até o porto de Itaquí no Maranhão.
Outro importante projeto que tramita atualmente pelo STF é a construção da ferrovia ferrogrão que seria uma alternativa a rodovia BR-163 para o escoamento do agronegócio do Mato Grosso.
Do outro lado da cadeia de valores, não podemos esquecer que a zona franca de Manaus é um importante originador de produtos acabados de alto valor agregado. Com a redução dos juros e o aquecimento da economia, espera-se um volume de compras on-line maior, o que demanda tempos de entregas mais rápidas e, portanto, o aumento do transporte aéreo de cargas pelo país. Na RGF temos feitos estudos que apontam nesse sentido.
Num país de extensão continental com recordes na safra ano após ano e as compras digitais em pleno crescimento, ter uma matriz de transporte mais equilibrada é essencial para garantir o escoamento destes produtos de uma forma mais eficiente e barata. Nossos projetos visam identificar oportunidades de investimentos em infraestrutura e logística atendendo médias e grandes empresas e seus empresários.
